Sabe aquela plantinha que vive brotando nos vasinhos, quase como mágica, e que a vó sempre chamou de “panaceia”? Pois é, o aranto faz parte da minha vida desde pequena, mas confesso: eu achava que ele não precisava de muitos cuidados, era só deixar num cantinho e pronto. Até que um dia resolvi pesquisar a fundo e minha ficha caiu.
Olha, descobri que praticamente todo mundo cuida do aranto do jeito errado. Pode acreditar, até quem cultiva há anos geralmente comete um deslize ou outro sem perceber. Quando finalmente comecei a tratar meu aranto do jeito certo, a diferença foi visível: ele ficou mais forte, as folhas ficaram gordinhas e verdinhas, e as mudinhas começaram a aparecer aos montes.
É engraçado como uma planta tão “fácil” pode mudar completamente quando a gente acerta nos detalhes. Parece coisa de exagero, mas aqui em casa parecia até que eu tinha trocado de planta, de tão bonita que ficou.
Se você também adora ter plantinhas medicinais por perto, vale a pena aprender o segredo do aranto. Te conto tudo, sem mistério.
Aranto: aquela velha conhecida que quase ninguém cultiva direito
O aranto, pra quem ainda não ligou o nome à planta, é aquela suculenta que parece imortal. Só que tem um detalhe: existe diferença enorme entre um aranto que só sobrevive e outro que realmente prospera.
Quando a gente acerta nos cuidados, ele exibe folhas super carnudas, resistentes e com mais mudinhas nas bordas — sabe aquele orgulho quando a planta resolve “pipocar” de filhotes? E as propriedades medicinais também aumentam, viu? Já reparei isso na prática.
Onde colocar o aranto: luz no ponto certo
Pra começar, meu maior erro era deixar o vaso tomando sol o dia inteiro, achando que planta forte aguenta tudo. Besteira! O aranto até gosta de luz farta, mas sol forte o dia todo deixa as folhas feias, murchas e até queima.
Adaptei por aqui e ficou perfeito assim: sol da manhã até umas 10 horas, depois sombra ou luz filtrada. Se for dentro de casa, coloque perto da janela com solzinho leve. Em duas semanas, minhas folhas ficaram mais grossas — é visível.
Outra coisa que muita gente esquece é da ventilação. Lugar abafado demais enfraquece a planta. Se você mora em apê, tenta deixar perto de uma janela onde bate aquele ventinho de vez em quando. Isso faz toda a diferença, de verdade.
Solo e vaso: escolha que muda tudo
Testei várias misturas (quem nunca fez bagunça mexendo em vaso, né?), mas hoje faço sempre assim:
– 40% terra vegetal comum
– 30% areia grossa (nunca areia fina)
– 20% húmus de minhoca
– 10% perlita ou argila expandida
Se for plantar no chão, o segredo é fazer um canteiro elevado de uns 20 centímetros. O aranto detesta água parada nas raízes, então evite solo encharcado.
No vaso, não economiza: escolha um de pelo menos 25 cm de largura e uns 20 cm de profundidade. Eu prefiro cerâmica ou barro porque eles seguram melhor a umidade e esquentam menos que plástico. Ah, e tem que ter vários furos no fundo, viu? Salva as raízes de muita dor de cabeça.
Dica que mudou meu aranto: antes de pôr a terra, jogo uma camada de pedrinhas no fundo do vaso. Nunca mais perdi planta por excesso de água.
Regando com atenção (e sem exagero)
Não sei você, mas eu sempre achava que quanto mais molhado, melhor. Até perceber que a planta estragava. O teste do dedo é infalível: enfia uns três dedinhos na terra, se estiver seco, pode regar. Se estiver úmido, no aguenta mais uns dias.
Normalmente, rego duas vezes por semana no verão, uma vez no inverno, e no outono ou primavera sigo o bom senso do dia. Se for muito quente, aumento um pouco.
Tem outro truque: nunca jogo água nas folhas, só na terra. Faço devagar, paro quando a água escorre pelos furos do vaso e, depois de meia hora, retiro o excesso que ficou no pratinho. Isso evita fungo e aquela meleca que a gente não gosta de ver.
Adubação para deixar o aranto ainda mais potente
Por aqui, faço um esquema bem simples e funciona super bem. Na primavera e verão, quando o aranto está com tudo, jogo húmus de minhoca a cada 15 dias ao redor da planta. Uma vez por mês uso adubo líquido diluído (sempre a metade da dose). Nos meses mais frios, só um pouquinho de húmus por mês e nada de adubo forte.
Receitinha caseira que adoro: pico uma banana, misturo com borra de café e cubro com água. Deixo curtindo três dias, coo e uso uma parte do líquido para três de água. Meus arantos ficam vibrantes.
Poda e limpeza: menos é mais
Sempre retiro folhas amarelas assim que vejo. Folha velha ou murcha também tiro sem dó. Quando as mudinhas alcançam uns 2 ou 3 cm, já dou um jeito de retirá-las para não sobrecarregar a planta mãe.
Pra podar, só uso tesoura bem limpa — passo álcool mesmo, igual a gente faz para tirar cutícula, sabe? E sempre corto na diagonal.
Faz parte da rotina aqui passar um paninho úmido nas folhas, pelo menos uma vez por semana. Ajuda na respiração e as folhas ficam mais bonitas.
De uma viram muitas: multiplicando os arantos
A parte mais gostosa, pelo menos pra mim, é ver a planta dando tantas mudinhas que até sobra pra presentear vizinha. O jeito mais fácil? Espera as mudinhas nas bordas chegarem a uns 2 centímetros, retire com jeitinho (saem fácil), deixe secar por duas horas e plante em substrato levemente úmido. Deixe na sombra uns 10 dias pra pegarem bem.
Quer algo diferente? Já usei uma dica de uma senhora do interior: escolha uma folha madura e saudável, deixe secar por um dia no ar, só apoie sobre a terra (sem enterrar), borrife água todo dia e logo começam a brotar mini mudinhas.
Probleminhas e soluções
As folhas começaram a amarelar? Geralmente é excesso de água ou falta de comida. Eu ajusto a rega e faço uma adubação leve. Se murcham, pode ser sede ou sol demais — levo pra sombra e dou água.
Poucas mudinhas nas bordas? O aranto pode estar em local pouco iluminado ou ainda estar muito jovem. Não desanima, é só melhorar a claridade e esperar, porque planta também tem seu tempo.
Praga é raro aqui, mas já tive algumas vezes. Quando aparecem pulgões, lavo com água e sabão neutro. Cochonilha tiro com cotonete e álcool 70%. Lesma é só espalhar cinza de madeira ao redor.
Colhendo e conservando as folhas
Prefiro colher folhas maduras, sempre pela manhã, que estão gordinhas e cheias de energia. Evito pegar as muito novas ou as muito velhas.
Se for usar logo, deixo na geladeira até cinco dias. Pra guardar por mais tempo, faço gel caseiro: bato no processador e congelo em formas de gelo. Secar à sombra e guardar em pote bem fechado também funciona.
Cada estação, um cuidado
Na primavera, o aranto cresce feito louco. Rego mais, adubo com mais frequência e aproveito pra transplantar quando precisa.
Verão pede atenção redobrada: protejo do sol do meio-dia, aumento as regas e fico de olho porque a planta pode sofrer com o calorão.
No outono, começo a diminuir a rega e a parar com adubo líquido. Aproveito para coletar mudinhas que cresceram no verão.
No inverno, quase não mexo. Regas bem esporádicas, tento proteger de geada e deixo ela descansar no seu tempo.
Como saber se seu aranto está feliz
Você vai perceber! As folhas ficam verdes, gordinhas, cheias de vida, sempre tem mudinha brotando e a planta quase nunca pega praga. Sem contar que os poderes medicinais realmente ficam mais intensos. Parece conversa, mas você sente na textura da folha e até no cheiro.
Agora, depois que peguei o jeito e comecei a cuidar assim, parece até que meus arantos viraram aqueles tesouros de quintal que a gente se orgulha. Hoje tenho tanta muda que já virou presente pras amigas, vizinhas e família. Até escuto: “me ensina a deixar o aranto bonito assim?” E eu digo: é só ter carinho, paciência e uns truques desses do dia a dia.
Vai por mim, o aranto quando feliz devolve tudo em dobro.
Fonte: https://goodi.com.br/